‘Bancada do crime’- Delegado da PF acusa parlamentares governistas de serem financiados por madereiros

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O delegado da Polícia Federal e ex-superintendente da corporação no Amazonas, Alexandre Saraiva, acusou hoje uma série de parlamentares governistas, como a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o senador Jorginho Mello (PL-SC), de serem “financiados por madeireiros.” Em entrevista ao canal GloboNews, ele disse ser difícil conter crimes ambientais na Amazônia porque os políticos da região são apoiados por quem comete o desmatamento ilegal.

Jorginho Mello disse que não vai comentar sobre a denúncia do delegado da PF.

“Esses criminosos têm boa parte dos políticos da região norte no bolso, eu estou falando de governadores, senadores”, disse. Olha o Centrão, veja de onde saíram grande parte dos parlamentares do Centrão. São financiados por esses grupos. [Os senadores] Zequinha Marinho, Telmário Mota, Mecia de Jesus, Jorginho Melo de Santa Catarina mandou ofício, a Carla Zambelli foi lá defender madeireiro. Temos uma bancada do crime, de marginais, de bandidos.

O delegado continuou, dizendo que “a maior prova de que ele está certo é que já fez essas acusações antes e nunca foi processado”. “Sabe qual é a maior prova de que estou falando a verdade? Eu já falei isso várias vezes e eles nunca me processaram, eu tenho dois carrinhos de supermercado de prova”, declarou. “Quando alguém vê o descumprimento da lei evidente e se presta ao papel de defender o marginal e atacar a polícia, tem artigo no Código Penal que prevê isso. Eles tinham conhecimento do que estava acontecendo porque receberam laudos periciais mostrando inequivocamente que aquela madeira tinha origem ilegal”.

Saraiva se refere à Operação Handroanthus da PF, que apreendeu 213 mil metros cúbicos de madeira ilegal na divisa entre Amazonas e Pará, no fim de 2020. A investigação apontou desmatamento ilegal, grilagem de terra, fraude em escrituras e exploração madeireira em áreas de preservação permanente.

Ele acusou o ministro do Meio Ambiente à época, Ricardo Salles, de não periciar o material corretamente. O delegado foi demitido do cargo um dia após enviar uma notícia-crime ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra Salles. Na época, o ministério do Meio Ambiente afirmou que o delegado estava “em busca de holofotes”. Zambelli e Saraiva chegaram a bater boca em audiência no Congresso em abril do ano passado sobre o tema.

O que dizem os parlamentares

Em nota, a assessoria do senador Telmário Mota (Pros-RR) disse que a notícia-crime apresentada pelo delegado é “absolutamente leviana e mentirosa, vinda de uma pessoa com clara intenção de autopromoção”. Mota também negou ter interferido em qualquer fiscalização, inquérito ou processo relacionado a crimes ambientais, e disse ter encaminhado denúncia contra Saraiva na corregedoria da Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e à Justiça, pelo crime de calúnia.

Já a assessoria de Zequinha Marinho emitiu nota afirmando que “não compactua com atos criminosos. O senador não irá tolerar difamação, calúnia ou qualquer ataque à sua imagem, seja de quem for. O que o delegado da Polícia Federal no Amazonas afirma é grave.V amos buscar a Justiça como forma de combater esse crime de calúnia. Que fique claro, o senador – que é o representante legal dos paraenses – atendeu a um pedido da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará (Aimex) e da Associação da Cadeia Produtiva Florestal da Amazônia (Unifloresta), que reclamavam de arbitrariedades cometidas no âmbito da Operação Handroanthus”.

A deputada federal Carla Zambelli disse que Saraiva é “um pré-candidato tentando criar manchete para aparecer. Será acionado judicialmente”. O portal UOL também entrou em contato com os senadores Mecias de Jesus e Jorginho Melo. O primeiro não retornou ao contato e o segundo disse que não vai comentar.

Fonte: UOL

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