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Por quase dez anos, o metalúrgico aposentado Mairiporã Peixoto, conviveu silenciosamente com a hepatite C. Ao ter o diagnóstico comprovado, em 2010, a doença já estava em estágio avançado e o transplante de fígado foi inevitável, sendo realizado quatro anos mais tarde.
Hoje, pacientes portadores de hepatites virais, especialmente dos tipos B e C, podem identificar precocemente a doença e tratá-la com medicamentos fornecidos imediatamente após o diagnóstico. Para isso, basta uma iniciativa: realizar o teste.
O teste para identificação das hepatites dos tipos B e C é rápido, gratuito e está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs) de Joinville e, também, no Centro de Aconselhamento e Testagem (CTA) da Secretaria da Saúde, que está localizado na rua Abdon Batista, 172 , no Centro de Joinville.
“Buscamos desmistificar a hepatite C. Hoje, o tratamento para a doença é completamente diferente do que há alguns anos: é feito via oral, por cerca de três meses e oferece aproximadamente 95% de chance de cura”, explica a médica hematologista, Lígia da Rosa El-Kouba, que há dez anos atua no Programa de Controle das Hepatites Virais da Secretaria da Saúde de Joinville (SES).
Neste ano, a campanha Julho Amarelo destaca a conscientização acerca da testagem para a identificação da doença, especialmente para as pessoas com mais de 40 anos.
“O vírus da hepatite C foi descoberto em 1989 e o exame capaz de identificar a doença, em 1992. Por isso, todas as pessoas que são mais ‘velhas’ do que o vírus têm fator de risco, já que à época as práticas seguras de saúde, com procedimentos médicos, odontológicos, uso de seringas descartáveis, não eram tão utilizadas”, explica a médica.
A estimativa é de que no Brasil, cerca de 1,5 milhão de pessoas tenham hepatite C. Em Joinville, aproximadamente dois mil pacientes são acompanhados pela Rede de Saúde do Município. No entanto, o contingente pode chegar a seis mil.
Tratamento imediato
Em Santa Catarina, Joinville foi o primeiro município a aderir ao projeto do Ministério da Saúde, que definiu o tratamento das hepatites virais como componente estratégico. Com isso, a dispensação dos medicamentos ganhou agilidade e, desde fevereiro deste ano, é realizada imediatamente após o diagnóstico.
“Antes, as medicações eram fornecidas para o paciente cerca de 180 dias depois do diagnóstico, já que era necessário fazer uma série de exames, biópsia, documentos e, só então, solicitávamos a medicação para a Secretaria de Estado de Saúde de Santa Catarina, em Florianópolis. Agora, o paciente já sai com o tratamento completo para oito ou doze semanas”, relata a coordenadora da Unidade de Atendimento Especializado da SES, Fabiane Rocha e Silva.
Às vésperas de completar 60 anos, Mairiporã Peixoto comemora a nova chance que recebeu e reforça: “Façam o teste porque é fácil e elimina muitos problemas que podem ser evitados”.
Vacina para hepatites A e B
Além das medicações para tratamentos, existem vacinas disponíveis para proteger contra as hepatites virais dos tipos A e B.
A vacina de hepatite A foi introduzida no calendário vacinal em 2014 e está disponível para crianças de um ano e três meses a menores de cinco anos. Adultos podem tomar essa vacina mediante solicitação médica. O imunizante é aplicado em dose única.
Já a vacina contra a hepatite B é administrada em quatro doses, sendo a primeira ao nascer e, as demais, aos dois, quatro e seis meses de idade.
Adultos não imunizados também podem tomar a vacina contra a hepatite B. Nesse caso, são administradas três doses, com intervalos de 30 dias e seis meses após a primeira aplicação.
Em Joinville, as vacinas contra as hepatites A e B estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs) e na Sala de Vacinas Central (rua Abdon Batista, 172 – Centro).
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