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05/07/2023
A MetSul Meteorologia, alerta que dois eventos de chuva intensa e tempestades atingirão o Sul do Brasil em apenas cinco dias sob um cenário meteorológico bastante complexo. A condição atmosférica durante a segunda semana de julho no Sul do país, será de enorme instabilidade com a atuação de uma frente fria, uma frente quente, centros de baixa pressão (um deles com potencial de configurar ciclone junto à costa), uma massa de ar muito quente, uma massa de ar muito frio, e uma intensa corrente de jato, o que levará a altos acumulados de precipitações e alta probabilidade de tempo severo.
A instabilidade maior vai se dar em dois momentos. O primeiro, entre esta sexta (7) e o começo do sábado (8). O segundo, entre segunda (10) e quarta-feira (12) da próxima semana. Serão duas situações distintas de tempo severo com características sinóticas diferentes, mas ambas trarão condições de risco de chuva excessiva e temporais na parte meridional do Brasil.
Nenhuma delas se assemelha ao cenário dos dias 15 e 16 de junho, quando uma baixa pressão avançou do Sudeste para a costa do Rio Grande do Sul, gerando um ciclone extratropical muito perto da costa e com grande advecção de umidade para os morros da Serra do Mar, o que levou a um evento de precipitação extrema de natureza orográfica (associada ao relevo).
Embora ofereçam significativos riscos para a população por excesso de chuva e tempestades que, localmente, podem ser severas, estes dois eventos previstos terão baixas pressões que se movimentarão de Oeste para Leste, o normal na região, e não como no evento de junho em que o sistema migrou em direção à costa, antes de afastar para mar aberto.
O risco de temporais é válido para os três estados do Sul, especialmente no evento da semana que vem, mas o perigo de chuva excessiva com volumes muito altos na soma dos dois episódios é maior para o Rio Grande do Sul, onde os acumulados de precipitação devem ser bastante altos e dentro do que poderia se esperar em um mês de julho sob El Niño.
A MetSul Meteorologia enfatiza que, apesar de não se antecipar uma situação como a dos dias 15 e 16 de junho, a população deve estar muito atenta aos riscos de fenômenos severos neste dois episódios de instabilidade, em particular o da próxima semana pelo maior potencial de temporais fortes a severos.
O primeiro evento
Nesta quarta-feira (5), o tempo já começou a mudar no Rio Grande do Sul, com aumento de nebulosidade e chuva sem volumes expressivos no Sul e parte do Leste do estado, embora o sol apareça em diversos pontos do estado. Amanhã, quinta-feira (6), a chuva afeta o Oeste e o Sul e depois atinge pontos da faixa central do estado no fim do dia.
Segundo evento
A trégua da forte instabilidade será muito curta no Sul do Brasil. Um segundo evento de tempo severo é projetado para a primeira metade da próxima semana e este será mais abrangente e com potencial de ser mais forte e ter maiores impactos. Por isso, enquanto o primeiro evento, desta sexta e do sábado, vai afetar mais o Rio Grande do Sul, este segundo episódio de mau tempo terá maior impacto em Santa Catarina e no Paraná, além do estado gaúcho.
O cenário é bastante complexo, assim é importante se estabelecer uma cronologia. Na segunda-feira (10), fortes áreas de instabilidade se formam sobre o Paraná e começam a avançar de Norte para Sul, impulsionadas por ar muito quente que vai ingressar pelo interior do continente sobre o Paraguai. Isso vai gerar uma frente quente clássica, um fenômeno típico de inverno, que se propaga para o Sul e levará chuva e trovoadas com risco de temporais isolados até o fim do dia ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A terça-feira (11), será um dia de alto risco de chuva forte a intensa com altos volumes e ainda temporais que isoladamente podem ser fortes a severos com muito raios, granizo isolado e potencial para vendavais localizados. Na quarta-feira (12), como frente fria, o sistema faz o caminho contrário da segunda-feira e avança de Sul para Norte, impulsionado por uma massa de ar polar. A frente se desloca com chuva e risco de tempestades pelo Sul do Brasil, atingindo ainda o Rio Grande do Sul no começo do dia e depois Santa Catarina e o Paraná. Até o fim do dia chegaria ao Centro-Oeste e ao estado de São Paulo, também com chuva e risco de temporais.
A MetSul destaca que o avanço da frente fria será precedido por uma intensa corrente de jato em baixos níveis da atmosfera entre terça-feira e quarta-feira. A troca de massas de ar, de muito quente para muito fria, será acentuada e brusca. Este é o cenário clássico de tempo severo no auge do inverno no Sul do Brasil e de elevado risco e perigo de tempestades fortes a severas com vento. No passado, neste tipo de situação, ocorreram até tornados, especialmente em áreas com maior altitude, como a Serra Gaúcha, o Planalto Médio do Rio Grande do Sul e o Oeste e o Meio-Oeste de Santa Catarina.
A massa de ar frio será forte pelos indicativos de hoje e de trajetória continental com potente centro de alta pressão no Norte da Argentina e o Paraguai. Normalmente, neste tipo de alta polar continental, forma-se um ciclone a Leste da alta pressão.
Por isso, os indicativos pelos modelos que um ciclone poderia se formar sobre o Atlântico a Leste do Sul do Brasil na quarta-feira da semana que vem e e que faria o ar polar chegar com fortes rajadas de vento (Minuano) e muito baixa sensação térmica na quarta-feira. Uma vez que o solo estará saturado pelo excesso de chuva, o vento pode causar quedas de árvores e ocasionais problemas na rede elétrica.
Volumes de chuva
Volumes muito altos de chuva e localmente excessivos devem ser esperados por conta destes dois episódios de instabilidade. Ambos trarão chuva volumosa e a soma da precipitação dos dois eventos fará com que os acumulados de chuva sejam bastante altos, em particular no Rio Grande do Sul.